Punhal poético

Que a minha poesia seja esse corte,

Essa lâmina cega sem ponta e sem rima,

Esse corte tácito e feroz de paz e desespero,

Esse sangue que jorra á gotejar noite no amanhecer.

Que a minha poesia seja aquilo que te dói,

E que essa dor te acorde todos os sentidos,

Assim como a solidão desperta meus versos.

Que a minha poesia seja esse corte simples e direto,

Essa faca á enxertar imensidão no seu peito,

Esse éden dentro do purgatório do teu ser.

Que a minha poesia seja tangível e ecumênica,

Uma cantiga de loucos, padres, crianças e putas,

Um punhal poético á rasgar tua alma nua.

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 30/10/2008
Reeditado em 25/02/2009
Código do texto: T1257213
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.