O TEMPO GRITA PARA MIM

O tempo grita para mim, com sua voz esguia,

És guia da imperfeição,

Mas minha feição é o oposto da perfeição,

E com afeição esbravejo

És brava vejo,

Como um leão que segura a caça pela boca,

Um pedaço da carne oca.

Repartido para as crias famélicas.

Tempo, tutor e retentor.

Abra os braços como um redentor

Faça a restauração dos dias incólumes

E recupere as lições e seus costumes.

A extinção da extinta ação,

Versos vagos, almas vagas que vagas.

Nunca um novo tempo sem imaginação

Uma auto destruição das parasitas e das pragas.

A mentira corroendo a corda da verdade

A mente coruscante dos renegados,

Vestígios ainda incrementam a realidade

Os corpos dos flagelados congelados.

O tempo ainda grita para mim, com sua voz intermitente.

Ritos e escritos, prescritos, mas nunca antes ditos.

Como uma estrovenga que chega de repente,

Mas aqui ainda se vive; os Benditos e os malditos.

Dentro deste mesmo espaço ainda existente,

Dentro deste tempo dos súbitos e os súditos

Rommyr Fonttoura
Enviado por Rommyr Fonttoura em 30/10/2008
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