VELHAS CASAS E VELHOS AMORES

Esperas são formas de ilusão,

são tempo morto tornado em cinzas

pelo fogo que queima as entranhas,

queima até a útlima brasa, mas em vão!

E nem essa rima tão sonora,

expressa a força que tem

o sofrimento de quem anseia,

retalha a alma por um amor já vivido,

sofrido, mastigado, remoído até a exaustão!

Essa rima me persegue,

talvez ela aqui se imponha,

tal a dor de velhas mágoas.

Ah, as velhas mágoas de amor,

são como espinhos cravados e não retirados...

Todos temos nossas histórias, nossos mistérios,

nossos nós não desatados,

mas peso nas costas de carga "vencida"

pra que serve, a quem ilude,

a quem alimenta o fruto

já colhido há tanto tempo,

provado em loucura e deixado ao relento?

Erramos, ferimos, e o gosto ficou amargo?

Não há como consertar, não há como

planejar o encontro inesperado,

pois os caminhos já pisados

ao amanhecer de um encontro feliz,

agora serão trilhas vividas,

com marcas de outros pés...

os pés que já fomos, não voltamos a ser...

e os amores perdidos no tempo não voltam!

Restam apenas os corpos e desejos ilusórios

de reviver tais momentos!

Velhos amores são como velhas casas,

tem portas que rangem, telhados vulneráveis,

caixas cheias de papel amarelado...

e trazem em si os velhos fantasmas...

com suas correntes e antigos fados...

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 29/10/2008
Reeditado em 29/10/2008
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