VELHAS CASAS E VELHOS AMORES
Esperas são formas de ilusão,
são tempo morto tornado em cinzas
pelo fogo que queima as entranhas,
queima até a útlima brasa, mas em vão!
E nem essa rima tão sonora,
expressa a força que tem
o sofrimento de quem anseia,
retalha a alma por um amor já vivido,
sofrido, mastigado, remoído até a exaustão!
Essa rima me persegue,
talvez ela aqui se imponha,
tal a dor de velhas mágoas.
Ah, as velhas mágoas de amor,
são como espinhos cravados e não retirados...
Todos temos nossas histórias, nossos mistérios,
nossos nós não desatados,
mas peso nas costas de carga "vencida"
pra que serve, a quem ilude,
a quem alimenta o fruto
já colhido há tanto tempo,
provado em loucura e deixado ao relento?
Erramos, ferimos, e o gosto ficou amargo?
Não há como consertar, não há como
planejar o encontro inesperado,
pois os caminhos já pisados
ao amanhecer de um encontro feliz,
agora serão trilhas vividas,
com marcas de outros pés...
os pés que já fomos, não voltamos a ser...
e os amores perdidos no tempo não voltam!
Restam apenas os corpos e desejos ilusórios
de reviver tais momentos!
Velhos amores são como velhas casas,
tem portas que rangem, telhados vulneráveis,
caixas cheias de papel amarelado...
e trazem em si os velhos fantasmas...
com suas correntes e antigos fados...