Melodia

O assovio que atravessa a mente

Como um quasar solto na galáxia

Deixando um fio oblongo e vago

Na parede carcomida da esperança.

A lembrança esqueceu o pulsar solitário

E agora é solidária nas noites frias

No retumbar silente do assovio

Nas entranhas do pensamento.

Assovio que desperta a soleira de janelas fechadas

Na fachada do esquecimento

No lamento que correu o risco

De ser apenas o obelisco do tempo.

Assovio que varre as tristezas

Na certeza de uma nova era de Pandora

Renascida das cinzas mortas...

Às portas do juízo final!

Assovio doce e melódico para arrancar o tédio

E nos fazer navegar pelos alegres rios do destino!