Olhos no Espelho
O que esperar de mil almas
Encarceradas em uma única prisão?
Desagrado...
Tudo o que se quer ser...
O nada que envergonha-te em ter...
O verbo rasgado...
O verbo que se abre em fratura...
A causa da arranhadura...
Incomodo...
Uma pedra em seu sapato...
Neste teu passo semiputrefato...
Afronta...
O espelho da sua própria negação...
O caminho da confrontação
Verborreia...
O tsunami descontrolado,
De manequins envitrinados...
Desfreio...
Na arrogância depredadora,
Da máscara escondedoura...
Bofetada...
Da pata pesada do Urso Pardo,
Nas manchas inexatas do Leopardo...
Red Savina Habanero...
Nos olhos da inveja indiscreta...
Na alma oca e irriquieta...
Fúria...
Da semente que do chão se debate...
Inconformismo para o biscate...
Rebelião!
O grito que a mão não retêm!
Dissolvendo grilhões encadeados,
Impostos por desdém,
Em defuntos enjaulados!
São Paulo, 29 de Outubro de 2008, 14:20