O PRIMEIRO BEIJO

Quando bem conduzido,

Dá um frio na barriga, aquele arrepio,

Até parece que se entorpece o juízo,

Aciona-se o isqueiro, e queima-se o pavil...

O corpo responde acelerado,

Entre interrogações e curiosidades...

Ninguém precisa estar preparado,

Surge naturalmente, com intensidade...

Talvez tenhamos aguardado muito,

E me parece que nossas bocas sumiram por alguns instantes...

Esquecemos do tempo, do mundo,

Perdemos a noção do espaço, porque ainda não nos foi o bastante...

E num jogo de salivas, esquentamos os bastidores,

Ensaiamos as primeiras cenas, por nós um dia imaginadas...

O coração palpita, saculeja em mil tremores,

Nosso desejo se converte, em horas inacabadas...

E num rápido momento de respiração,

O toque acarinha-nos faceiro...

Novamente nossos lábios se encontram,

Na ânsia do primeiro beijo...