LISA

LISA

Nos ciprestes quem dança

é a toada perdida

se é o vento quem canta

e quem chora é a brisa.

Chuva fina no rosto

e entre musgo escorrida

nas penugens do corpo

descoberto de Lisa...

No lençol de alvo linho

uma rosa imprimida

em sudário de cio

sob lua precisa.

Da janela do quarto

ouço vaga cantiga

de algum anjo em compasso

com os passos de Lisa.

E na rua quem vaga

é a flauta partida

da canção acabada

na toada indecisa...

Nos ciprestes quem mora

é a flauta perdida

se é o vento quem chora

e quem canta é a brisa...

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 29/10/2008
Código do texto: T1253655
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