LISA
LISA
Nos ciprestes quem dança
é a toada perdida
se é o vento quem canta
e quem chora é a brisa.
Chuva fina no rosto
e entre musgo escorrida
nas penugens do corpo
descoberto de Lisa...
No lençol de alvo linho
uma rosa imprimida
em sudário de cio
sob lua precisa.
Da janela do quarto
ouço vaga cantiga
de algum anjo em compasso
com os passos de Lisa.
E na rua quem vaga
é a flauta partida
da canção acabada
na toada indecisa...
Nos ciprestes quem mora
é a flauta perdida
se é o vento quem chora
e quem canta é a brisa...
Afonso Estebanez