"À um poeta" (Sem título)
Untitled
À um poeta
Na era de deuses mortos
Um corpo se levantou etéreo
Com sua língua de ácido e
Seu coração de sombras que
Dado aos homens se fez forte;
Em seus olhos sombrios, sempre
cobertos por longas histórias,
Tua pena negra se fez assaz
E teu verbo firme, fria lâmina.
Era a chaga e a derrota,
O vinho e a poesia...
Era a prata nas mãos da dama
E o sonho nos olhos da lua;
E durante a melodia lupina
Se ergueu do cemitério, o poeta,
Com tua palavra veêmente
Na terra embebida nos vícios da ignorância.
E tua lira se fez ouvida
Como os sinos que recharçam.
Enquanto o lobo faz sua ària,
O corvo enterra teus fantasmas.