O Ralo
Com seus cabelos curtos e repicados
Costumava olhar sempre para baixo
Sua voz era baixa e a postura, curva
Sempre a bem receber qualquer um a cumprimentar.
Pelas cicatrizes contava-lhe a tristeza
À Sempre a agraciar um velho rancor
Lá esquecia-se do corpo para aliviar-se
E no banheiro cortava os tornozelos sob o chuveiro.
Sempre nua a calçar o sangue...
Sempre a escorrer-se pelo ralo.