Outra noite virá quando o dia morrer
Noites eternas que passo
sono em descompasso,
pesadelos que vão e vem
aquele suor, cansaço
e um certo medo também.
Aquele homem seguro,
hoje chora no escuro,
dorme aos poucos, porém
sempre acorda inseguro.
A lembrança, tal qual uma esmola
é o que me restou,
parece que todo o resto ficou
em cada lágrima que rola.
Rola com ela uma dor
e nesse meu desamor
vivo ainda um pavor de ver a noite chegar,
a saudade se impor, e meu sono abraçar.
nesse dormir e acordar que não quer mais parar
e não quero mais ter.
Já não quero mais ver
o dia amanhecer,
como dor que não sara,
minha paz padecer
e ainda saber
que o tempo não para
e outra noite virá, quando o dia morrer.