BURACO NEGRO

BURACO NEGRO

Ser meu amor e amante

ser volúpias de meu ser

ser o lado mais distante

de meus lados de viver.

Ser o morto ainda vivo

e estar vivo sem querer

o querer morrer cativo

sem ser preciso morrer.

Ser operários sem lida

os contrários do galope

no vão do meio da vida

ou na beirada da morte.

Buraco negro do amor

sem nenhum alvorecer

como a flor a flor a flor

de Hiroshima renascer.

Ser esse fundo do poço

um chão seco de jardim

até que o meu alvoroço

não suporte nem a mim...

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 28/10/2008
Código do texto: T1251834
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