Sofrimento enriquecedor

elisasantos

Das jazidas antigas

Garimpei pedra por pedra

Opalas, esmeraldas e safiras

Do linho plantado da primavera e

Do bicho-da-seda lancei mão dos fios

Nos teares teci panos vazados

Entremeei fitas de renda e cetim

Risquei o sofrimento com cores escuras

Para as lágrimas não turvarem-me a visão

A cada lágrima caída bordei pérolas

Cultivadas em mares congelados

Dos soluços com fiapos de veludo

Delineei flores. Nas noites insones,

fiz do sofrimento um painel irretocável.

elisasantos
Enviado por elisasantos em 18/03/2006
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