Mise en scéne

À renúncia aos amores

retribuo-te com algo que ainda não tenho.

O ato de silenciar em mim é instintivo,

um sentir quase palpável, diluído, liqüefeito.

É preciso saber colocar a topografia dos teus recantos,

enterrar e esconder o sentimento embolorado, fora do eixo.

Te condenso em letras e imagens.

Reconstruo-te das frestas:

a necessidade da completude de alento não serve.

Diáfana, toda a minha pele vibra em tremores de reminiscência.

A boca em meio ao tempo escuta um surrealismo do acaso,

traçado de maneira tão concisa quanto possível.

A concepção primordial encerrada num labirinto

se dissolve numa torrente de lágrimas.

kelen
Enviado por kelen em 27/10/2008
Código do texto: T1250764
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