A VIDA É IGUAL
A vida é igual para as pessoas
que para as vilas e cidades.
Percorremos as mesmas ruas
dez anos depois, observando
um novo asfaltado, os passeios
mais compridos, aquele semáforo
que não estava antes. Porém
é a mesma vila de sempre, ainda
que tenha mudado os candeeiros.
Por ela aprendemos a manejar
uma bicicleta, e temo-nos perdido
em ruas desconhecidas muito
longe do nosso portal. Nela temos
amado como nunca amamos antes,
nem depois, e temos crescido
entre alouminhos do pai e da mãe.
Depois de outros dez anos será
ela a nos percorrer as novas rugas,
os nossos andares um pouco mais
cansados, a nos reconhecer
talvez entre as novas vozes
as mesmas de sempre.
Nota: ALOUMINHO vale por «carícia».