Pajelança Noturna
Hoje eu anoitecí com raiva da vida!
Esta mesma vida que me deu tanto,
E me levou outro tanto;
E vai me dar e negar,
Até nunca mais!
Hoje eu comparei os meus lábios,
E ví tristezas sorrindo nas pupilas!
Òdio de mim ou das Julitas,
De nádegas arrebitadas, bonitas?
Ódio de não poder adicionar,
Aquela bunda entre minhas favoritas?
Do universo eu não passarei!
E gritei, e gritei, e gritei!
E xinguei como nunca na vida,
A Julita, o falsário e o Rei!
A existência é uma farsa!
Só a Julita é real,
Incorporando os meus olhos,
Na nádega angelical!
Onde foi que errei meu Deus?
Na radiografia dos ateus?
Nas mercuriais alquímicas?
Nas artimanhas dos Himeneus?
Acordei o Pajé interior,
Entrei em parto e dancei!
Até expelir o demônio,
Que inventei!!!