FRAGMENTOS I
FRAGMENTOS I
ARCO IRIS
Os raios douro-alaranjados esparramam pelas relvas molhadas por esguichos providencialmente distribuídos para aguar o gramado daquele campo santo, nesta época do ano, onde o inverno ameno não impedia que os raios da majestade diurna, abrasasse as frágeis folhas das ramagens rasteiras, antes cheias de um verde vivo escuro, e agora um verde cinza pálido, que recusava sistematicamente, auxiliado pelas gotículas finas, em perder o viço natural, emoldurado por centenas de milhares de arco-íris minúsculos sem fim.
COBRA CORAL
O céu com infinitos tons azuis deixa-nos atônito, com um desejo egoístico de sermos eternos a fim de que a embriagues do momento, transforma-nos em ícones espargidos num encontro com o nunca mais. A procissão fúnebre rasteja-se lentamente ora sobre o asfalto, ora sobre a calçada, ora sobre a relva, retortando-se com uma linda cobra coral à procura de sua toca.
Goiânia, 24 de outubro de 2008.
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