A Porta
Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta.
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.
Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho.
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado.
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira.
Eu abro de sopetão
Pra passar o capitão.
Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa)
Que se uma pessoa é burra,
É burra como uma porta.
Eu sou muito inteligente!
Eu fecho a frente da casa,
Fecho a frente do quartel,
Fecho tudo nesse mundo,
Só vivo aberta no céu!
Madeira, matéria morta.
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.
Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho.
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado.
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira.
Eu abro de sopetão
Pra passar o capitão.
Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa)
Que se uma pessoa é burra,
É burra como uma porta.
Eu sou muito inteligente!
Eu fecho a frente da casa,
Fecho a frente do quartel,
Fecho tudo nesse mundo,
Só vivo aberta no céu!
Fonte:Vinícius de Moraes, Poemas Infantis