MEU DIÁLOGO


Não, não, pra trás não olho,
Procuro onde deixei minha paz,
Ela não está mais no passado,
Nem nas lembranças
Que às vezes turvam
O presente sadio que escolho,
Tudo o que pensava
Não está ao meu lado
Porque nem tudo o que se faz
Traz esperança.

Diga-me onde está meu bem amado,
Que eu não fale,
Que eu não diga?
Até que pare de pensar
Sua voz se cale,
Digo do bem amado, amiga,
Que sustem nossa vida
Até o último suspiro.

Não serão as dores
Nem as feridas
Ou as crises desmedidas,
O ouro e seus altos valores,
O laço que me atrasa,
Porque eu sigo
E todos estes passam...
Regem-me bens que ficam
No fundo do coração.

Eu não tenho uma paixão insaciável
Tenho um peso suportável.
Por causa da manta que me cobre de luz.
Alguém pode me ver retorcido,
Ou em sonhos usando capuz,
Mas o que cobre minha cabeça eu sei.

Não pergunte o que teria acontecido,
Não sou tão certo num mundo pervertido,
É que o mundo tem tantos espelhos
E tão poucos olhos voltados para o horizonte,
Que o sol se põe levando a esperança clara,
Que ameaçava espelhar na fronte
Muitos nem olham a fimbria da noite com seus conselhos,
Encostam a cabeça em seus travesseiros
Desenvolvem negócios e empreendimentos sexuais
Onde não constam fome, frio e tristeza
Da realeza da miséria.
Mas a vida continua,
Dia e noite,
Vestida,
Ou quase nua.

[© Walterbrios]


(Inspirado no poema DIVAGANDO, de Débora Acácio)
Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 25/10/2008
Reeditado em 01/12/2008
Código do texto: T1248010
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