Abrindo os livros
Eu sinto medo.
Medo de mostrar
Medo de revelar
Aos sete cantos e aos quatro ventos
Tudo que há aqui dentro
Tornar-me vulnerável
Ao passo que todos
Alcancem meu lado intocável
Inalcançável, inatingível
E descubram que aquela menina pura
Cresceu, e hoje é mulher madura
Mulher crescida
Entendida da vida
Mulher de verdade
Não pela idade
Ou porque me invadiram as frestas
Mas pelas idéias
Embebidas em minha mente
Em minha frente, à minha frente
Reservo um lado casto
Primitivo, reservado
Que ninguém nunca ousou desbravar
Meu medo é abrir os livros
E deixar bem claro
Todos os meus atos
Profanos, insanos
E que todos saibam dos fatos
Desvendem os segredos
-os meus segredos
Meus sonhos e meus medos
Não desejei ser assim
Não queria ter receio
Não queria dizer que
Eu sinto medo.