Abrindo os livros

Eu sinto medo.

Medo de mostrar

Medo de revelar

Aos sete cantos e aos quatro ventos

Tudo que há aqui dentro

Tornar-me vulnerável

Ao passo que todos

Alcancem meu lado intocável

Inalcançável, inatingível

E descubram que aquela menina pura

Cresceu, e hoje é mulher madura

Mulher crescida

Entendida da vida

Mulher de verdade

Não pela idade

Ou porque me invadiram as frestas

Mas pelas idéias

Embebidas em minha mente

Em minha frente, à minha frente

Reservo um lado casto

Primitivo, reservado

Que ninguém nunca ousou desbravar

Meu medo é abrir os livros

E deixar bem claro

Todos os meus atos

Profanos, insanos

E que todos saibam dos fatos

Desvendem os segredos

-os meus segredos

Meus sonhos e meus medos

Não desejei ser assim

Não queria ter receio

Não queria dizer que

Eu sinto medo.

Acire Assis
Enviado por Acire Assis em 25/10/2008
Reeditado em 19/06/2009
Código do texto: T1247958
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