ONDE

ONDE

Em qualquer recanto onde existam rosas

qualquer rua escura em que a noite pare

e as palavras soem quase indecorosas...

Onde mais não haja do que só o instante

onde então me mate só de encantamento

ou talvez não morra e só me desencante...

Onde haja caminhos no chão de veredas

com estradas noturnas de pedras acesas

vaga-lumes vaguem pelas noites negras..

Onde o túnel d’alma nunca mais a habite

onde haja esperança que só tenha calma

e onde haja tristeza que não seja triste...

Onde os suicidas morram, só de alegria!

Como foi Totônia, como foi meu Felipe

como foi Margarida como foi a Maria...

Onde haja certeza quando vier a sorte

que não tarde o dia quando vier a noite

nem retarde a vida quando for a morte...

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 25/10/2008
Código do texto: T1246891
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