Sem Rosto
E ele acordou em sonho
Dois dias após morrer o seu pai
Quando algo puxou-lhe
Puxou-lhe da cama ao chão
E fez-lhe arrastar na antiga casa
A casa de seu velho pai.
E então, ele arrastou-se
Arrastou-se até a velha cozinha
E lá, em pé, viu o morto
E o viu olhar-lhe sem seu rosto
Roubou-lhe a velha face
Roubou a face de seu pai.
Para ele ver-se logo depois
E trancar-se em uma velha caixa
Mas quando se viu, gritou!
Gritou pelo horror de se ver morto
Gritou para delatar o ladrão
Gritou para delatar o assassino.
Ele próprio.
Mas gritou, acima de tudo, para acordar
E ele acordou em sonho.