ORAÇÃO MATUTINA DO POETA
Vida, dá-me a poesia quotidiana
Que é o meu alimento espiritual
Dá-me as palavras certas
Para que eu possa escrever
Os mais belos poemas
De minha vida
Dá-me, ó vida minha querida
Os sentimentos
Mais profundos
De todas as diversidades
Amor, ódio, tristeza, vazio
(Porque o vácuo contém o Universo)
Pena, medo, dúvida
(Porque a dúvida traz
Para tudo respostas)
Vergonha, contrição
Jactância, orgulho, razão
Loucura
Dá-me os mais variados
Pensamentos
Loucura, devaneio
Et coetera...
Dá-me o ar inspiratório
Aquele que assopra aos meus
Ouvidos as melhores palavras
Seletas
Dá-me o desejo e a força
Para escrever
E nunca, nunca jamais
Me faças ou me deixes
Perder o mais essencial
O mais importante
Que és tu
E nunca jamais permitas
Que eu deixe de poetizar
E nunca jamais... jamais
Falte um poeta nesta superfície terrestre
Porque, se, um dia, acontecer
[tal catástrofe
Estaremos perdimos
Se findará o mundo