Flores Raras

Ainda há um céu azul

Sob as nuvens escuras, cheias de desilusão

Mas estes olhos cansados não conseguem ver

Estas mãos feridas não conseguem tocar

E eu morro aos poucos perdida em incompreensão

Talvez ainda haja um poço dos desejos

Perdido por entre as folhas secas de outono

Talvez ainda haja um sonho sem dono

Que resolva me fazer companhia

Em uma dessas noites de solidão

Quem sabe ainda nasçam flores raras

Nestes tristes jadins desconhecidos

Quem sabe elas encontrem um caminho

Quem sabe a água se transforme em vinho

E lhes traga novamente a vida tão esperada.

Um dia voltarão as palavras esquecidas

As promessas desfeitas, as verdades não ditas

Um dia, talvez, os segredos serão revelados

Um dia meus olhos serão contemplados

Com um outro dia qualquer...