VIDA VEGETAL

Homem desce seu machado,

E desfere o golpe aterrador

Sobre a lenha crua,

Carne vegetal.

Sua anciã verdadeira,

Que desbarata o golpe aterrador.

Sob a carne vegetal.

Lenhador, estuprador dos sonhos,

Desta alma vegetal.

Ceifador.

Ceifa até a dor miúda, desta muda,

Vegetal.

Homem enrijece o braço,

Com a frieza de um matador,

De meninas vegetais

Cada lance de machado,

É um membro rompedor,

Rasga o hímen vegetal.

Condenada está à mercê.

Deste bruto animal.

Sua vulva, vaza o sangue verde,

Esta seiva vegetal.

Onde esta o justo

Desta historia,

De mundanas vegetais?

Onde esta o a compaixão?

Ninguém vê,

O que fazem,

Com este pobre vegetal.

Obrigado está,

Diante deste crápula,

E desta cópula vegetal.

A viver eternamente,

Condenada,

A esta vida vegetal.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 24/10/2008
Código do texto: T1245183
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