VIDA VEGETAL
Homem desce seu machado,
E desfere o golpe aterrador
Sobre a lenha crua,
Carne vegetal.
Sua anciã verdadeira,
Que desbarata o golpe aterrador.
Sob a carne vegetal.
Lenhador, estuprador dos sonhos,
Desta alma vegetal.
Ceifador.
Ceifa até a dor miúda, desta muda,
Vegetal.
Homem enrijece o braço,
Com a frieza de um matador,
De meninas vegetais
Cada lance de machado,
É um membro rompedor,
Rasga o hímen vegetal.
Condenada está à mercê.
Deste bruto animal.
Sua vulva, vaza o sangue verde,
Esta seiva vegetal.
Onde esta o justo
Desta historia,
De mundanas vegetais?
Onde esta o a compaixão?
Ninguém vê,
O que fazem,
Com este pobre vegetal.
Obrigado está,
Diante deste crápula,
E desta cópula vegetal.
A viver eternamente,
Condenada,
A esta vida vegetal.