As Lavadeiras - Cândido Portinari
LAVADEIRAS DO JAÚ
(Versos inspirados no comentário da historiadora Flávia Arlanch, em Sarau Poético do Grupo Factvm, na noite de 14/10/2008).
Lavadeiras em suas águas
Lavam também seus destinos
Roupas sujas das senzalas
E também seus desatinos.
Roupa do mesmo senhor
Divide as águas no rio
Clamam, gritam com furor,
Da paz se faz redemoinho.
Não importa o quanto ande
O tempo em seus caminhos
Sentimentos se confundem
Nas sombras dos escaninhos.
Águas correm bem ligeiras
Cheirando o rumo do mar,
O Jaú traz nas esteiras
Histórias para contar.
*
O poeta Odir navegando, garbosamente, pelo meu Jaú:
CANTIGAS DO JAÚ
Cantigas de lavadeiras,
aparentando lundu,
correm ruas e ladeiras
desde as águas do Jaú.
Mães casadas, mães solteiras,
peles de preto zulu,
dando o peito às mamadeiras,
aleitando o filho nu.
No quaradouro as fileiras
das roupas de linho cru.
Cachimbadas, cuspideiras,
iaô, iansã, exu!
Cantadoras, rezadeiras,
trouxas densas pra chuchu,
vão variando canseiras
desde as águas do Jaú.
(Oklima)
*
LAVADEIRAS DO JAÚ
(Versos inspirados no comentário da historiadora Flávia Arlanch, em Sarau Poético do Grupo Factvm, na noite de 14/10/2008).
Lavadeiras em suas águas
Lavam também seus destinos
Roupas sujas das senzalas
E também seus desatinos.
Roupa do mesmo senhor
Divide as águas no rio
Clamam, gritam com furor,
Da paz se faz redemoinho.
Não importa o quanto ande
O tempo em seus caminhos
Sentimentos se confundem
Nas sombras dos escaninhos.
Águas correm bem ligeiras
Cheirando o rumo do mar,
O Jaú traz nas esteiras
Histórias para contar.
*
O poeta Odir navegando, garbosamente, pelo meu Jaú:
CANTIGAS DO JAÚ
Cantigas de lavadeiras,
aparentando lundu,
correm ruas e ladeiras
desde as águas do Jaú.
Mães casadas, mães solteiras,
peles de preto zulu,
dando o peito às mamadeiras,
aleitando o filho nu.
No quaradouro as fileiras
das roupas de linho cru.
Cachimbadas, cuspideiras,
iaô, iansã, exu!
Cantadoras, rezadeiras,
trouxas densas pra chuchu,
vão variando canseiras
desde as águas do Jaú.
(Oklima)
*