Na janela, olhando para a rua…
Meu horizonte fica tão alto,
eu não consigo ver o pôr-do-sol...
onde foi que deixei o meu amor?
Eu amo a chuva e o vento,
e o vento e a lua,
e a lua e você,
e você e a rua...
não sei pra quem cantar.
não sei de quem é a poesia,
e também não sei porque estou assim.
Durmo, agora nas flores,
e sinto seu cheiro na minha cama,
na minha roupa, no meu cabelo.
e seu gosto não sai da minha boca,
o doce e o amargo dos meus sonhos,
e o sal do mar,
de lágrimas...
tão tristes...
por um amor que não amou,
por um beijo que não aconteceu,
e que passou,
tanto tempo,
e se perde no tempo,
e um dia aconteceu...
e não me importa mais,
desde que você não abandone a chuva,
não abandone o vento,
e veja a lua crescer,
e veja o pôr-do-sol pra mim,
e a lua dormir,
esconder-se,
e tornar-se você...
e sua alma vaga pela rua,
e meu sangue continua no chão,
da janela eu olho o sol...
derrete os prédios...
derrete os muros...
e derrete meus olhos
de olhar o sol se pôr.
Agora é noite, é chuva também,
e também é quinta-feira,
e hoje eu posso tudo com você,
eu conheço as ruas,
elas convergem para os meus olhos...
você está nos meus planos...
eu amo você.
E naquele dia me senti melhor,
ele não estava mais lá,
eu quebrei os vidros,
rasguei as folhas,
e escrevi o último poema...
graças ao vento, você estava lá.
e o vento soprou aflito,
sua voz chegou aos meus sonhos,
e nem vi você entrar,
minha casa agora é uma das ruínas,
e a história foi vendida incompleta...
mas posso te contar o começo de tudo;
como a chuva corta o vento,
meu punhal atravessa tua mão,
e os espelhos surgem do nada...
na minha mente só você,
na minha frente o pôr-do-sol,
e se rompe a madrugada
quando você me beija;
e eu ouço um tiro,
a rua agora está tão calma...
meus olhos estão vermelhos,
você conhece os sintomas.
e essa peste se espalha,
pela cidade toda, suas marcas.
E só o vento passou,
e só a menininha controla o vento,
ela sabe agora que está infeliz...
só agora, porque amanhã...
talvez ela pule lá de cima,
ela quer aprender a voar...
aquele beijo, enfim, aconteceu;
ninguém vai saber...
eu prometo que não prometo mais,
e mais nada passa...
só o vento...
aquele beijo, foi tão triste...
eu me senti perdida,
porque não tive dúvidas...
eu amo você...
e o vento.