NÃO EXISTE
Nos meus momentos de ilusões e sonhos
Quando o destino ingrato e inexorável
Nega-me alguns instantes mais risonhos,
Eu sobrevôo o mundo miserável.
O mundo dos fantasmas e duendes,
Por que torturam a alma já cansada.
“Por que assim, meu amigo, tu te ofendes?”
-Disse-me um velho amigo e camarada.
E eu pensei: os estranhos que se calem,
O mundo dos felizes não me cabe,
Não me importo que os outros sempre falem.
Que o mundo para mim, assim desabe!
Busco a terra dos pobres, infelizes,
Para não ver a tal felicidade
Que tece dos amores diretrizes,
Paz, alegria e beijos de amizade.
Vivendo entre os que sofrem tanto, tanto,
Será mais suportável, menos triste,
Minha saudade e o desditoso pranto
E eu finjo um bem-estar que não existe!