PONDERANDO

Por Denise Figueiredo

Já granjeei meu pão

Lúcida confundida com o cão

Já cortei mato e bordei

Até lençóis de linho suei

Fiz- me de tola e cantei

A todos que mentiram enganei

Sem saber poetei

Até sobre a pobre lei

Que por amor me encantei.

Fiz-me juiz de mim mesma

Falei a verdade sem medo

Sou Poeta e cozinheira,

Por vezes a lavadeira

Limpo o chão varro a rua.

Mas quando me ponho nua...

É para eu ver na água

O refletir de minha alma,

As verdades do que eu sou

Ou do que pensam que sou.

Vesti me de menina

Trabalhei como menino,

Sonhando os meus sonhos

Respeitando os sonhos teus.

Para realizar os meus.