Tera rosa, cor de mágoa.

As escadas tão vazias sem você, amigo... e o seu nome ali a me olhar...

Meu passado, algumas pautas impressas

foi você quem escreveu.

Chove no papel.

grande é o vazio deixado por sua ausência,

maior ainda o medo de admitir minha indignação.

Quero e busco uma resposta em que confie,

grande a dúvida que insola e assola minha cabeça:

foi Deus ou o Diabo?

Do destino, em que não creio, quem é o dono?

Se tua vitória foi, mesmo assim sinto-me mal.

Candelabros, candeias, velas todas a velar;

vozes caladas, maltratadas e atadas...

pés e mãos me dêem abrigo;

debaixo da terra, quem de nós melhor seria?

Devaneio e de novo volto...

seu nome a me olhar! Calado, estático;

e a chuva quebrando meu sono infecundo.

Sobre a rocha ou sobre a tocha,

sobre meus santos, santos nomes em vão, então.

Onde será tua gloria, amigo?

Sendo assim, seja feliz que tudo passa...

só em minha tinta e em mim,

só assim continua a saudade, o vazio, a falta.

E a dúvida:

Foi de bem ou de mal?

Reilia Leão Ferreira (I)
Enviado por Reilia Leão Ferreira (I) em 22/10/2008
Código do texto: T1242863
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