Quinze
Tudo tão perto…
quem me dera o amor me encontrasse...
Quanta flor no meu jardim sem um beija-flor...
Quanto frio e quanto calor.
Vento que sopra de lá,
não sei se é do norte que vem,
que corra por aí procurando o meu bem.
Quanta flor no jardim...
quem sabe alguém beije uma pra mim.
Chuva que cai como vinho,
que molha meu rosto e as pedras do cais...
do mar, soberano mar, uma estrela...
mas, tanto faz...
Tenho um céu imenso abaixo dos pés
e cultivo rosas brancas no meu jardim...
quem sabe alguém beije uma pra mim.
Chuva, que chove do nada...
lava as ruas e apaga o giz,
talvez seja só um sorriso,
que não tenho, mas sempre quis.
Pétalas caem no chão,
cobrindo o vazio de um coração.
Quem me dera aprendesse amar...
quando tudo o que resta é sonhar.
E as palavras se unem para expressar a alegria,
essa que eu sinto todos os dias...
no eclipse da rosa com o beija-flor...
deixando amor.
Madrugada que desce mansa,
invade os jardins de chuva com prata,
derramando estrelas nos olhos do poeta...
que grande alegria, são ruas desertas!
Ruas desertas...
Sol que é o rei da hora,
que invade os jardins de rosas sem demora...
brilha em meus olhos e clareia minha face
com a certeza de que a vida renasceu...