RECOLHENDO CACOS
Dentro de mim mora o tempo,
Numa ciranda de atos,
Em que sou a protagonista.
Vasculho cantos,
Estampados no espelho do passado.
Fantasmas silenciosos,
Ainda estão reclusos
No meu porão de saudades.
Fragmentada,
Sigo resoluta.
Tento recolher os cacos,
Reconstruir o que me foi roubado.
A vida é um palco.
A máscara é o abrigo,
Que me esgarça o riso,
Borda minha colcha de retalhos.
Os sonhos se esconderam
No vazio do nada,
No sufoco de desejos incontidos.
Os elos se romperam.
Há as metáforas, a fantasia...
E o canto nas partituras da alegria.
O poema ainda é pura alegria!