HARAGANA
Cheguei, das invernadas pampeanas,
potranca rebelde, haragana,
e em peleias com caranchos,
quando fui domada aos trancos
me perdí entre barrancos
Encontrei guapas porteiras sem tranca,
toscas mangueiras sem trinco,
ruídos de chuva no zinco,
milongueiros e canções,
dei asas ao pensamento,
enrodilhada no vento,
tatuando frio que maneia
quando a pele, encendeia.
Venta em mim uma alegria, que me queima que me ateia
tal qual redemoinho louco, fúria que possui aos poucos
das coxilhas de onde venho.
E nem sei, se gaudéria volto ou fico,
se meus mundo modifico, neste insano marzão,
neste pasto em campo alheio,
pois não sou flor de rodeio, tampouco de marcação.
Ou se versos ofereço, volto à tapera e esqueço,
ou se então, desapareço, prá voltar numa canção.