POEMA TRISTE

Quando olho para o céu e vejo estrelas

Como Bilac eu tento compreendê-las,

Na noite triste de infeliz penar.

Mas, não consigo! A sorte me é discreta

E eu não tenho a alma livre de poeta

Nem ouço os astros do celeste altar.

A inspiração me foge, o verso some,

A nostalgia ingrata me consome

Porque a felicidade me recusa.

Poeta já não sou... não serei mais,

Pois, perdi o prazer sobre os mortais;

Como faz o poeta sem a musa?

Já não me importa a perfumada flor

Nem as endechas líricas do amor

Nem o quebrar das ondas pela praia.

Adeus vergeis floridos – ao luar -,

Adeus imensidão azul do mar,

Adeus manhã que no horizonte raia.

A ser poeta sem ter sua musa,

É ter carro sem ter quem o conduza,

É ter formosa fonte e não ter água.

É ser grande cantor e não ter voz

É no escuro encontrar só cão feroz,

É ter o coração... Cheio de mágoa.

Lucan
Enviado por Lucan em 21/10/2008
Código do texto: T1240375