AMANTES DA ALDEIA

AMANTES DA ALDEIA

Eles tinham cabelos brancos

do amor que dói e não passa

e a lembrança dos encontros

por entre os jardins da praça...

Fecundavam-se entre beijos

e entre abraços numa dança

encobrindo entre os desejos

velhos segredos da infância...

Eram como almas agrestes

das aves férteis de outonos...

E se amavam nos ciprestes

dos silvestres cinamomos...

Ah!... os amantes da aldeia

são de quando o amor doía...

E quando morria um deles,

ah, o outro também morria...

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 21/10/2008
Código do texto: T1239944
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