SILÊNCIOS
 
Nossos silêncios se contrapõem à mudez.
O silêncio atento, busca nos conhecer.
O silêncio inquieto que se identifica com
o sofrimento do outro e sofre também.
O silêncio reflexivo que reconhece
 
A contenção do sofrimento, aceitando ainda a
não-conhecida luta pela busca de sentimento.
O silêncio integrador da compreensão
gera em nossa mente interpretações ou decisões.
À mudez das figuras internas de nós mesmo deve
Corresponder à capacidade de silenciar.
 
Silenciar para ouvir,
silenciar para sentir,
silenciar para pensar,
silenciar para então poder falar      
 
no encontro entre os nossos “silêncios”.
Conforme as figuras emudecidas do mundo interno
de nós mesmo poderão emergir novas
“vozes” que ao encontrarem expressão para além
do sintoma, enriquecerão seu funcionamento
psíquico, disponibilizando capacidades
e potencialidades emudecidas.

(Graciela da Cunha)

20/10/08