Jardim de pedra

Lanço meus pensamentos pelas sombras,

linhas deformes rasurando amofinadas paredes

onde pontos indistinguíveis revelam-se em medos,

íntimos monstros envolvendo-se nas próprias redes.

Que sopre o vento movimentando o tempo que para

na imagem que grita em desespero por uma alma qualquer,

aspira por sonhos na noite vestida de escuridão rara

onde as rasuras enegrecidas despem a cruz que trazia a fé.

Olhos fechados negando a anomalia buscam a ilusão real,

não há monstros no jardim de pedra onde descansa a fada,

e pelas paredes nuas, apenas o desejo em sua forma leal

de ver recriada a vida já quase esquecida de forma brutal.

Não há monstros no jardim de pedra, não há monstros...

Deita a fada tateando a lápide fria com minutas de paz

enquanto jaz o corpo vazio da noite, dos sonhos,

morada vazia da alma que não existe mais.

Aisha
Enviado por Aisha em 21/10/2008
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