A sós
Mais convém que eu fale menos
E me faça mais capaz
De gestar atos serenos
Descartando o que é fugaz.
Convém mais que eu não renegue
Quem eu sou, de onde vim
Pra que o futuro me leve
À minha origem, por fim.
Mais convém que eu faça a parte
Que me cabe, mesmo pouco
Melhor faz o que reparte
E refaz em parte o Oco.
Convém mais que eu sobreviva
À tormenta em que me faço
Vento sul, barco à deriva
Pelo que dou, me desfaço.
Mas convém que eu peça ajuda
Só, perco o viço do novo
Visto a calma, alma desnuda
Concedo que me comovo.