Poesias de Portugal / Maria Dulce / Tulipa


Maldita...! 


A primavera da vida
é a idade viviva
à espera do que há-de vi,
temos ânsia de viver,
nem se pensa em morrer,
queremos é divertir!

O tempo corre depressa,
e esta idade atravessa
alguma inquietude,
Ter cuidados com os amigos,
porque podem trazer perigos
que estragam a juventude.

Tanto jovem que morreu,
que julgava ver o Céu
com substâncias hoje em voga,
mas, afinal foi seu fim
só se comenta... enfim,
mais outro, maldita droga! 

Maria Dulce / Tulipa

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Sonho ou realidade

Não sei se sonhei,
Mas sei que te vi
Envolto em luz,
Se eras um anjo,
Ou uma miragem,
Só sei que te amei,
E foi com coragem
Que por ti chamei,
Já não eras anjo,
Eras o Amor,
Que em mim tocou
Tornei-me uma flor,
Abri-me p’ra ti,
Exalei perfume,
Colheste este amor,
Sou tua enfim!
Já não sou flor!
Sou uma mulher!
Eu pude escolher.
Deixei o jardim! 

Maria Dulce / Tulipa

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Será que renasci?


Julgava ter renascido
na minha mitologia
qual Fenix que vem do nada,
as minhas penas cresceram,
as minhas asas se abriram,
fiz da noite madrugada.
Da madrugada, fiz dia
mas nesta melancolia
eu não vi o sol nascer.
Voltei-me p'ra madrugada,
renasci?...não valeu nada,
foi em vão, o renascer

Maria Dulce / Tulipa


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Prostituta

Confusão...a tua vida!

Uma vida tão perdida

Por entregas sem amor

Apenas estás vendendo

O teu corpo e não estás vendo

Que não dás nenhum valor

Ao respeito que a ti deves

A ti , mulher!, tu concorres

Para a tua perdição

Não pensas que tens família

Passas noites de vigília

Sem te entregares, por paixão.

Ainda tens que sustentar

Aquele que querias amar

E só o que ganhas , quer,

Tua vida.., desgraçada!

Acabas... ficas sem nada!

Respeita-te a ti, mulher!


Maria Dulce / Tulipa

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Querido


Esta angústia remoendo
Esta ferida está doendo,
Este amor inacabado!
Tanta coisa por dizer,
E ainda mais por fazer,
Será o nosso pecado?

Os beijos que não se deram,
Os afagos que estiveram,
Apenas em pensamento.
Meu amor! Vou-te esquecer,
Embora me vá doer,
Não vou ter mais sofrimento!

Maria Dulce / Tulipa

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O que foi que me mudou?


O que foi que me mudou
Quando então se confessou
Que podiamos confiar
Um no outro sem tabus
e guardados em baús
Segredos... desabafar!

Depois do que confiei
E também te relatei
Não sei se tenho desculpa
Não sei o que estás sentindo
Só sei ,não te estou mentindo
Ao dizer –é minha a culpa

Sinto-me tão perturbada
E também muito assustada
Só queria entender
Não sei que me aconteceu
Mas lá que mexeu, mexeu
Estarei a enlouquecer? 

Maria Dulce / Tulipa

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O OCEANO QUE NOS UNE E NOS SEPARA

Meu amor!
Sentes o pulsar do meu coração?
Que bate desordenado quando estás aqui?
Esta ansiedade
Que vem da saudade,
Esta dor provocada pela ausência?
De te ver,
Te falar,
Te abraçar,
Te beijar
Aninhar-me em teus braços!
Como, um oceano que nos une e nos separa
É esta aproximação e afastamento,
É este querer e não querer
É este viver
Sem viver a vida!
Os sonhos não tornados realidade,
Os beijos que ficaram por dar,
Afagos que nunca iremos ter,
Mas dentro do meu peito estás aqui,
Aconchegado, bem junto ao coração
Daqui, ninguém te afastará,
Não permito!
Aqui não te partilho,
És apenas meu! 

Maria Dulce / Tulipa

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Noite

Noite escura,
triste noite,
vazio,
solidão,
ausência,
lágrimas .
Noite amiga,
companheira
meus momentos,
sussurros.
cúmplices
cobres-me com teu manto,
estrelas brilhantes
despertar dos sentidos
noites de amor!
Tu!
Conselheira!

Maria Dulce / Tulipa

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 Hoje ao passar por ti


Hoje ao passar por ti
Confesso ainda senti,
Uma chama de paixão
Nem sei em ti o que vi
foste um livro que já li
Não está já na minha mão!

Arrumei-o num lugar
Onde não o vá buscar
E talvez assim te esqueça
Fica ali arrumadinho
Já não te dou mais carinho
Mas, não me sais da cabeça! 

Maria Dulce / Tulipa

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Eu sou como aquele outro palhaço
Que vive a gargalhar o seu sustento,
Meu riso, é tão falso...porque o faço?
Não quero que tu oiças meu lamento!

Se quando tu me vires, alegre, a rir
No circo desta vida, não é nada,,
Amor!, como o palhaço, é a fingir,
E a minha vida, é esta palhaçada

Eu vivo na esperança de algum dia,
Despir-me desta louca fantasia
E deixar de me ver, como uma tonta

Também te digo, amor, vou conseguir!
Ainda acredito no porvir
E ser feliz, sem este “faz de conta” !

Maria Dulce / Tulipa
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Adeus


Não me queria deslumbrar e deslumbrei
Não queria dar amor e logo amei
Não me queria envolver e envolvi
Não me queria entregar e entreguei
E sem te conhecer, te conheci
Mas agora acabou a ansiedade,
Preciso muito mais do que me dás,
Fui louca, mas agora terminou
Já não espero mais tua presença,
Agora tudo fica na saudade,
Agora agradeço tua ausência.

Maria Dulce / Tulipa
08.11.2005 

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Eu sei meu amor!


Eu sei meu amor, que não és Poesia
mas, o meu poema, és tu que o inspiras!
Eu sei meu amor, que não és o Sol
mas, os meus dias são iluminados, porque tu existes!
Eu sei meu amor, que não és o Ar
mas, és o suspiro que me sai do peito!
Eu sei meu amor, que não és o Luar
mas, as minhas noites são iluminadas quando te vejo!
Eu sei meu amor que não és o Mar
mas, dentro de mim estão ondas de ternura para te dar!
Eu sei meu amor, que não és o Céu
mas, as estrelas brilham dentro de mim se estás presente!
Eu sei meu amor que não és a Dor
mas, eu sou a lágrima que derramo por ti!
Eu sei meu amor, que não és o Amor
mas, o meu amor chega para te dar amor!
Eu sei meu amor, quem tu és
mas, eu ... meu amor, já não sei quem sou! 

Maria Dulce / Tulipa

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Esperança

Foram dias, foram anos
Em que eu acreditava
Ainda no verbo amar
Foram tantos desenganos
Tu ias... e eu chorava
Não dá para acreditar

Noites e noites, enfim
Eu te esperava acordada
Até ao amanhecer,
Mas hoje, não penso assim
Não vou ficar amarrada
A quem não me merecer

Fui uma mulher sofrida
Eu acho que merecia
Nunca mais vir a sofrer
Agora, quero da vida
O que sonhei algum dia
É o que espero vir a ter.!

Maria Dulce / Tulipa

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 Entardecer

É ao entardecer
Que chega a melancolia,
Que olhamos para trás,
Vê-se a vida a fugir.
É o Outono da vida
Que havemos de fazer!
Temos que valorizar
O que ainda vai surgir,
Passado, ficou para trás
Não vamos recuperar,
Pelo menos não estragar
O que ficou na Saudade,
O Bom é para recordar!
O Mau é para esquecer
Tudo isso já passou,
O Presente está aqui!
O Futuro é para viver

Maria Dulce / Tulipa

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Os meus poemas

Eu escrevo os meus poemas
Como quem faz desabafos
De alegrias e tristezas
De saudades, tempos idos
De momentos já vividos
Dos amores e paixões
Encantos, desilusões
De glórias, de fracassos
Mas, eu quero ser feliz
Não quero ser mais actriz
Duma vida irreal
Sonhos, são só utopias
Que enganam nossos dias
E que só nos fazem mal! 

Maria Dulce / Tulipa

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Puz-me a fazer balanço à minha vida


Puz-me a fazer balanço à minha vida
Verifiquei que estava toda errada
Juntei a ilusões, desilusões
E o resultado disto deu-me nada

A nada quis juntar ainda amor
Parcela por afectos dividida
Subtraí desta soma desamor
Encontro tantas mágoas nesta vida!

Tentei multiplicar ainda paixão
Mas nada vezes nada é sempre nada
Não consigo achar a solução
Desisto, apago tudo, estou cansada! 

Maria Dulce / Tulipa