Cores Mornas
Ando pelas ruas, sou velho andarilho
Carrego na bolsa cisnes de cristal
Equilibro-me em edifícios de verniz
Vou vagando sobre os telhados e varais
No meu meio termo...
Molho-me nas chuvas de outubro
Versátil como formas de nuvens
Bebo das gotas da torneira seca
Amaldiçoou-te em tua própria língua
Como um intermédio...
Meio próximo lá do fim ou do começo
Dependo do caminho e de quem olha
Pérolas de concreto, campo de vidro
Vejo cores claras, escuras, quentes, frias...
Cores Mornas, no meu meio termo.