Morte na taça
Promessa vazia
De um fim redentor...
Cálice desabado,
Líquido na mesa a pingar...
Corpo caído,
Aos pés da cadeira tombada...
Escolheu nebulosa estrada,
Para tudo abandonar...
Negou a vida,
A sorte...
Morte na taça,
Que agora está a pingar.
O grito punjente,
De quem encontra a suicida...
O ruído de vidro,
De louça partida...
Uma empregada histérica a gritar.
E quando enfim chega o legista,
No sorriso macabro não está a pista...
Mas na taça tombada,
Da morte avatar.
Covardia e coragem,
Em uma taça mesclada...
Sorriso macabro da condenada...
Nas lábios gelados,
Na pele azulada...
Envenenada...
Por si mesma...
Por da vida se cansar.