Dona Ana
E bem que o poeta avisou
Que um dia teus filhos iam embora
Ah, e como eles pediram-te aplausos
Como pediram-te platéia
Mas deixaste teus filhos assim, órfãos e mudos...
Não é mesmo, dona Ana?
Deixaste-os sozinhos no sereno
E sozinhos, descobriram haver no mundo mais estrelas que no céu
E cansados de sua casa sem brilho nenhum
Resolveram fugir
Fugir para brilhar em qualquer outro palco...
E tu que tinhas tantos filhos pródigos, dona Ana.
E se quiseres culpar alguém, culpa teus braços curtos...
Que não pôde abraçar um só filho teu.