Gente estranha
Temos a mesma carne frágil e infiel
Temos a mesma anatomia
Temos o mesmo olhar cego e cruel
Temos a mesma biografia
Pisamos o mesmo chão
Respiramos o mesmo ar
Bebemos a mesma água
Comemos o mesmo pão
São brancos como eu sou negro
São pobres como eu sou rico
São índios como eu sou brasileiro
São secos como eu sou rio
Assim como eles eu choro
Assim como eles eu sofro
Assim como eles eu sonho
Assim como eles eu morro
E eles se dizem meus amigos
E eles se dizem meus irmãos
E eles dizem vem comigo
E eles nunca dizem não.
Temos a mesma carne frágil e infiel
Temos a mesma anatomia
Temos o mesmo olhar cego e cruel
Temos a mesma biografia
Pisamos o mesmo chão
Respiramos o mesmo ar
Bebemos a mesma água
Comemos o mesmo pão
São brancos como eu sou negro
São pobres como eu sou rico
São índios como eu sou brasileiro
São secos como eu sou rio
Assim como eles eu choro
Assim como eles eu sofro
Assim como eles eu sonho
Assim como eles eu morro
E eles se dizem meus amigos
E eles se dizem meus irmãos
E eles dizem vem comigo
E eles nunca dizem não.