O VENTO

NO AMOR:

Oh ! vento sutil.

Que bate nas asas do condor.

Enfeitiça meu amor.

Faz ela respirar mais fundo.

Suspirando por mim.

Levando meu cheiro.

Sobre seu terno travesseiro.

E mas faz faceiro.

E vibrante de ternura.

E assim lhe vejo...

Como fonte do meu desejo.

Num respiro profundo.

Dizendo pra todo mundo.

Que me arrebatou.

NA CONTEMPLAÇÃO:

Oh, vento musical!

Ouço seus acordes.

Sinto seu canto!

Danço nas suas melodias;

Silvo que bate nas coisas.

Que uiva nas frestas.

Que enfurece as ondas.

Que maltrata os fios de seda.

Que leva e eleva as nuvens.

Que sopra os veleiros.

Que abraça as tempestades.

E obscurece as verdades!

NA IMPORTÂNCIA VITAL:

Oh, vento único!

Penetra em nossas narinas.

Viaja pelo nosso interior.

Corporifica a oxigenação.

Reabre nossos pulmões.

Mora em nossa rotina.

Não sai de nosso lado.

Até se faz exagerado.

Rompendo os silêncios.

Pelo som do roncador.

Que invade as noites.

NA NATUREZA:

Oh! Glorioso vento.

Faça chover nos campos.

Enfureça as gotas estrondosas.

Bate nas árvores;

Testa seus galhos.

Mostra tua fúria.

Assopra as casas dos porquinhos.

Arrebata sua incontida ira.

Inunda a terra...

Depois vagarosamente se afasta.

Leva teu choro

E não olhe pra trás.

Ficou marcas da sua força:

São lágrimas das agressões.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 17/10/2008
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