O VENTO
NO AMOR:
Oh ! vento sutil.
Que bate nas asas do condor.
Enfeitiça meu amor.
Faz ela respirar mais fundo.
Suspirando por mim.
Levando meu cheiro.
Sobre seu terno travesseiro.
E mas faz faceiro.
E vibrante de ternura.
E assim lhe vejo...
Como fonte do meu desejo.
Num respiro profundo.
Dizendo pra todo mundo.
Que me arrebatou.
NA CONTEMPLAÇÃO:
Oh, vento musical!
Ouço seus acordes.
Sinto seu canto!
Danço nas suas melodias;
Silvo que bate nas coisas.
Que uiva nas frestas.
Que enfurece as ondas.
Que maltrata os fios de seda.
Que leva e eleva as nuvens.
Que sopra os veleiros.
Que abraça as tempestades.
E obscurece as verdades!
NA IMPORTÂNCIA VITAL:
Oh, vento único!
Penetra em nossas narinas.
Viaja pelo nosso interior.
Corporifica a oxigenação.
Reabre nossos pulmões.
Mora em nossa rotina.
Não sai de nosso lado.
Até se faz exagerado.
Rompendo os silêncios.
Pelo som do roncador.
Que invade as noites.
NA NATUREZA:
Oh! Glorioso vento.
Faça chover nos campos.
Enfureça as gotas estrondosas.
Bate nas árvores;
Testa seus galhos.
Mostra tua fúria.
Assopra as casas dos porquinhos.
Arrebata sua incontida ira.
Inunda a terra...
Depois vagarosamente se afasta.
Leva teu choro
E não olhe pra trás.
Ficou marcas da sua força:
São lágrimas das agressões.