DA ARGILA
Da argila fez-se o vaso
E nele colocou-se uma flor
Caiu o vaso por acaso
Mas a flor não quebrou
Da argila não foi a culpa da dor
O acaso talvez fosse o vento
Que soprou forte naquele momento
Pensando que frágil fosse a flor
Da argila fez-se o humano
E colocou-se nele uma razão
Caiu o homem por engano
Mas quem quebrou foi o coração
Da argila não foi a culpa da sentença
O juiz talvez fosse o mundo indignado
Batendo forte o martelo na crença
Que fosse feito o homem de razão, e não de barro.