Faz de Conta

O silêncio é pior que a morte.

Doe tanto que nós sentimos na carne

punhaladas finas e mortais.

A ternura que um dia foi imensa

hoje acabou.

Eu quiz dizer e a palavra não saiu.

eu calei.

Hoje volto vencida

faz de conta que eu não sei,

que eu não andei,

não vivi.

não amei e nem sofri.

fiz mal em sair

eu a perdi

ternura antiga

e hoje volto

vencida pedindo para ficar aqui

faz de conta que tudo foi um sonho

que nada existiu

que nunca houve nada

que voce nunca foi

nunca será

faz de conta que eu morri

eu morri mesmo.

23.06.69

p/Gil

ZEL
Enviado por ZEL em 06/01/2005
Código do texto: T1230