DENTRO DE MIM TEM UM JAÚ
(Poema criado especialmente para a exposição, do mesmo nome, do Grupo Factvm e apresentado em seu Sarau Poético na noite de 14/10/2008).
Jaú aqui no meu peito
Remexe sem muito jeito
Como seu rio a jorrar,
Consome minha alma inteira
Faz com meu sangue goteira
Pra terra roxa irrigar.
Jaú repleta de charme
Com cheiro dos cafezais,
Agora é café com açúcar
Dos doces canaviais.
É também esvoaçante
A terra do Comandante
Que num abril triunfante,
Foi o oceano cruzar.
É essa Jaú que trago
No eterno inesquecer
Pois aqui, berço encantado,
No calor do seu abraço
É que vou adormecer!
* * *
Recebi dois lindos presentes: um soneto mágico de Odir, que minha sobrinha, Luciana, transformou num vídeo belíssimo com música e imagens muito significativas para o meu coração. No soneto "Jaú", Odir, em sua passagem sempre de luz, fala também desse momento:
JAÚ
Como um jaú, migrando rio acima,
segui a sua imagem, por inteiro,
encenando as razões da minha rima,
num soneto de senso verdadeiro.
Gostei do som que meu soneto anima,
nas flores eu gostei de cada cheiro,
gostei da luz e sombra, amei o clima
de musa, de criança e mar mareiro.
Tal qual esse jaú em rio aberto,
migrei no mar, como se rio fosse,
para ver se fugia ao meu deserto.
Agora que esse mar rio tornou-se
em meu soneto tendo-a mais perto,
nado no rio de seu beijo doce.
(Oklima)
Odir, de passagem jauense por Eva.
* * *