ANOITECÊNCIAS

Noite, hora dos contágios, da reenergisação ou não,

da inquietude fugaz e da paixão, dos vícios

povoados nos corpos., em total conspiração,

Beijos na boca, ou não, olho no olho,

hora do calor e do arrepio, do cataclisma e do cio.

Dos sobressalto e assaltos, da anarquia e da cisma,

do tiro no ouvido e de tirar sentidos, de ranger de freios

e do falso e fingido, da comichão no seio,

de cortar o pulso, do orgasmo e do susto.

Anoitecendo as horas/amanheço em mim.

Repleta de incautos itinerários,

despreocupada de interminaveis horários,

dissimulada até a madrugada, clandestina no ópio,

obsessivamente fascinada pela escuridão

e nem por isso demonstrar inquietação.

A noite não é um privilégio de boêmios e ladrões,

prostitutas e seus rufiões.

Ela, pertence ao viajante cego pela claridade

não percebendo o passar do dia,

se entrega, nesta hora ao êxtase da sua fantasia,

camuflando sua identidade em total rebeldia.

Confesso-me,

irremediavelmente amante da noite

e, em completa alucinação e confrontos,

durante o dia/tardes/madrugadas,

à revelia.

Anoitecendo as horas/amanheço em mim .

XIRUA ou Marilene

gosto das duas/2008