Acalantgo à Ladra Noite
Calo tua mão que me peleja
E tua boca que deseja,
Para tudo o que quer que eu seja:
Uma maçã ou a tal cereja?
Beijo tua palma sobre o riso
Do lençol quão indeciso
Por não saber do sorriso;
Entre o pouco e a gota, um riso...
Toco a tua pequenina chama
Derramada sobre a cama,
Quando sei bem que me enganas
Ao dizer que me ama.
Deito o meu fardo em teu seio
Após mergulhar em meu anseio.
Foram horas e rodeios,
Foram taras e meios.
Gostei ao ver-te tão de repente,
Tal libidinosa serpente.
Um fogo atrelado sente
Quando estamos frente a frente.
Veio o teu orgasmo ceder
E o meu instinto transcender
Nessa estranha danação de não entender
O porquê do corpo te conceder.
Toma, por instantes, o meu céu.
Saraste a ferida com fel
E por fim, roubaste o meu mel
Aqui, onde deixaste teu véu.