Eros e Psique

Autor: Daniel Fiúza.

07/02/2003

Eros deus Grego do amor

E que também é o cupido

Foi de Afrodite nascido

E de Ares, seu genitor!

Deus da guerra e do horror.

Eros lançando aos mortais

E também aos imortais

O amor embebido em seta

Cria paixão faz sua meta

Apaixonando os casais.

Psique a filha mais nova

Entre as filhas dos Reis

Que de Mileto tinha três

Foi cantada em verso e trova

Sua lindeza posta à prova.

Tamanha era sua beleza

Pessoas pra ter certeza

Vinham de todo lugar

Somente pra admirar

Sua formosura e pureza.

O povo esqueceu Afrodite

Para admirar a psique

Levou a deusa a fazer

Do seu ciúme arrebite

Uma vingança, acredite!

Ofendida e enciumada

Quis psique apaixonada

Por um homem vil e feio

O pior entre o seu meio

Colocou Eros na parada.

Mas Eros se apaixonou

Logo que viu psique

Pensou lhe favorecer

E num bom plano pensou

Depois somente aguardou.

Esperando o tempo certo

Do rei ter descoberto

Algo errado na menina

Que logo teria sua sina

De ter seu destino incerto.

As duas irmãs de psique

Arranjaram maridos

Dois foram os escolhidos

Psique nem saber porque

Vivia sem marido ter.

Seu pai logo desconfiou

E o oráculo consultou

Nele Eros ordena ao rei

Determinou como lei

O rei só ouviu e acatou.

O castigo era levar

Pra montanha solitária

Sua filha sedentária

Bem no topo pra casar

Não poderia recusar.

C’um marido diferente

Uma terrível serpente

Sendo esposa de imortal

Um monstro fenomenal

Nesse destino inclemente.

A virgem apavorada

Foi levada ao pé do monte

Para que à sina desponte

No local abandonada

Por monstro ser desposada.

Com ritos de funeral

Largou ela afinal

que dormiu profundamente

E Zéfiro suavemente

Na brisa a levou legal.

Foi conduzida no ar

Prum vale maravilhoso

Num castelo pomposo

O lugar onde ia morar

Só viu tudo ao acordar.

Ao ver o castelo pensou

É a casa do meu senhor

Era dum deus à receita

Uma morada perfeita

Parecia que sonhou.

Tomou coragem e entrou

No magnífico castelo

Onde tudo ali era belo

Psique se deslumbrou

Quando vozes escutou.

Faziam coisas incríveis

Por criados invisíveis

E deles só a voz ouvia

Nos desejos que pedia

Mesmo os impossíveis.

Foi à escuridão surgir

Por criados conduzida

Essa ordem foi cumprida

E foi pro quarto dormir.

Quando teve a sensação

Que conheceria então

O seu esposo terrível

Não esperou impassível

palpitou seu coração.

De medo Psique tremeu

Quando no quarto entrou

E ao seu lado deitou

Um alguém naquele breu

Onde tudo aconteceu.

Com a voz maravilhosa

E c’um perfume de rosa

Mãos humanas fez caricia

Provocou tanta delicia

Naquela mulher formosa.

Pro amante misterioso

A Psique se entregou

na mesma noite lhe amou

Homem viril e garboso

Enigmático e poderoso.

Ela queria ver seu rosto

Somente para seu gosto

Era uma moça curiosa

E também muito teimosa

Do seu amante era oposto.

Eros para ela perguntou:

- Porque tu queres me ver,

O que tu tens a temer,

Duvidas do meu amor?

Ame-me pelo o qu’eu sou!

- Só te peço que me chame

E como um teu igual me ame

E me adores como um deus

Pros teus momentos ser meus

E meu amor em ti derrame.

Quando a moça acordou

Percebeu todo o ocorrido

Seu amante tinha sumido

E toda noite que passou

Repetiu-se esse fator.

Era toda noite afora

Na escuridão ia embora

E Sua face nunca via

E nessa agonia vivia

Sua curiosidade arvora.

Procurada por irmãs

Por Eros foi alertada

Para nunca dizer nada

E esquecer as cunhãs

Todas noites e manhãs.

Solitária e vacilante

Implorou para o amante

Para as manas encontrar

E o seu castelo mostrar

Pois pra ela era importante.

Depois de fazer seu gosto

Eros impôs uma condição

Sobre qualquer situação

Não podia ver seu rosto

Ou sofreria um desgosto.

O que suas irmãs falasse

Não ouvisse e ignorasse

Pra saber toda a verdade

Sobre a sua identidade

Seu pedido respeitasse.

Quando as irmãs chegaram

Logo entraram no castelo

Viram tudo rico e belo

Na ambição desejaram

Seus olhos já invejaram.

As irmãs maliciosas

Faziam intriga, ardilosas!

Perguntava pelo marido

Que só vivia escondido

E dele queriam provas.

Psique só respondia

Quele estava atarefado

Quera um homem ocupado

Que só trazia alegria

Tinha beleza e simpatia.

Mas sua curiosidade

De saber toda a verdade

Pelas manas aguçada

Foi por Eros alertada

Pra esquecer sua irmandade.

Eros disse a psique

Se ela lhe o visse de frente

Sumiria de repente

Dele podia esquecer

Que não mais iria vê.

Revelou sua gravidez

E pediu mais uma vez

Para ela guardar segredo,

Pois sentia muito medo

Da revelação talvez.

No segredo era divino

Descoberto era mortal

E totalmente normal

Se fizesse o desatino

Mudaria seu destino.

Eros de novo permitiu

Sua bondade consentiu

As duas irmãs rever

No palácio receber

Só falou isso e partiu.

Pras irmãs psique falou

Que tava esperando um bebe

Mas não era para dizer

O segredo que revelou

Traindo o seu senhor.

Do filho falou o destino

E que nasceria divino

Também coberto de brilho

Pois dum deus era filho

E seria um lindo menino.

Suas irmãs enciumadas

Porque psique era rica

Botava olho de botica

Porque não eram casadas

Com deuses, e nem amadas.

A convenceram a olhar

A face sem hesitar

De Eros o seu marido

Que real era o cupido

E tinha que se guardar.

Enchendo a cabeça dela

Insinuaram de repente

Quele era uma serpente

E tava enganando ela

Seria o monstro da bela.

Não um deus maravilhoso

Talvez um ser asqueroso

Algo errado nele havia

Saber de tudo devia

Desse ser misterioso.

Psique ficou assustada

Com que as irmãs disseram

Depois que elas partiram

ficou bem desconfiada

Resolveu dar uma olhada.

Uma faca é um lampião

Escondeu na escuridão

Ali bem próximo da cama

Pra vê o rosto de quem ama

pra acabar a sua aflição.

Psique bem decidida

Mesmo sentindo desgosto

Logo veria seu rosto

Não estava arrependida

E acabaria com a vida.

Se fosse um ser terrível

Esse monstro desprezível,

Esquecendo os avisos

Era das irmãs os juízos

Nesse gesto tão horrível.

Depois de fazer amor

Na noite Eros sorriu

E satisfeito dormiu,

ela coragem tomou

E a lâmpada aproximou.

Era uma linda criatura

Só tinha beleza e ternura

Repousando docemente

Dormia tranqüilamente

Com sua lindeza e doçura.

Psique arrependida

Distraída tava olhando

A lâmpada foi inclinando

Sem que fosse percebida

Cai gota de óleo aquecida.

Em Eros no ombro direito

Ele se assusta sem jeito

E voa através da janela

Fugindo escapa dela

Num revoar de efeito.

Quando dela se despediu

Eros, prela assim falou:

- Todo o meu grande amor,

Foi assim que retribuiu,

Com esse gesto tão vil?

- Minha mãe desobedeci

Somente pra ti vivi,

Não acatou o meu pedido

Tratou-me como bandido,

Você me desapontou!

Monstro pensou queu era,

Cortaria à minha cabeça,

Quero que desapareça,

Com seu sonho de quimera,

Tratando-me como fera!

Nas irmãs acreditou,

Nenhum castigo te dou,

Pra sempre vou te deixar,

Na suspeita viverá,

Convivendo com o amor!

Quando ela se recompôs

Desapareceu o castelo

E tudo quanto era belo,

Perto da sua casa após

Quis se matar bem depois.

Se atirando num rio

Sua vida por um fio,

Mas às águas trouxeram

De volta a devolveram

Não aceitaram o desafio.

Foi deus Pan quem alertou

Para esquece o acontecido

Nem tudo tava perdido

Psique se animou

Pra procurar seu amor.

Queria ganhar seu perdão

Seu grande amor e paixão

E pra isso iria lutar

Saindo para procurar

Eros em qualquer rincão.

Quando as irmãs souberam

Do que tinha acontecido

Fizeram pesar fingido

Logo nelas pensaram

A montanha escalaram.

Pensava que Eros um dia

Uma delas escolheria

Chamaram Zéfiro o vento

Para alcançar seu intento

Pois assim acontecia.

Elas se jogaram ao ar

Sempre com a esperança

No deus vento à confiança

Que zéfiro ia segurar

E que iriam flutuar.

Zéfiro não as ergueu ao céu

Elas despencaram ao léu

Caindo no precipício

Morreram no estrupício

Por viver na inveja e fel.

Sua busca continuou

Em todo lugar da terra

Dia e noite não encerra

No alto da montanha encontrou

Um templo que desagradou.

Sementes espalhadas

Pás e Foices misturadas

Uma bagunça no recinto

Psique fez algo sucinto

Deixou as coisas arrumadas

Psique tava convencida

A todo deus devotar

E sem negligenciar

Na limpeza oferecida

Pôs em ordem e deu vida.

As coisas no lugar certo

Tudo bem limpo e coberto

Arrumando a desordem

Deixou o templo em ordem

Naquele gesto esperto.

Deméter deusa desse templo

Da lavoura e agricultura

Comoveu-se c’a criatura

Pelo trabalho múltiplo

E por todo bom exemplo.

Viu limpo seu santuário

Grata fez o necessário

Para ajudar a psique

No quela devia fazer

Pagando como honorário.

- Da ira da deusa Afrodite

Não posso de fato livrá-la

Mas vou poder ensiná-la

Com sua força, acredite!

E contrariá-la evite.

- Siga com sua coragem

Renda lhe homenagem

Como deusa ela merece

Duma afronta não esquece

Vá logo siga viagem.

Afrodite recebeu

Em seu templo Psique

E nem pode esconder

pois sua raiva floresceu

E no seu rosto apareceu.

Por ela, Eros descumpriu!

Sua ordem, e assumiu,

Um romance proibido

Estava no ombro ferido

Convalesceste e febril.

Afrodite se recusou

A perdoar a Psique

E impôs para ela fazer

Várias tarefas, mandou,

As mais difíceis procurou.

Só assim mudava a sorte

Mas com perigo de morte

Coisa quase impossível

Era um trabalho terrível

Até para homem de porte.

Psique tava resignada

E aceitou o desafio

Sendo mulher mostrou brio

Topou mais essa parada

Era aceitar isso, ou nada.

Falou que executaria

Tudo com sua galhardia

Podia mandar o primeiro

Que faria bem ligeiro

Executava ou morria.

A sua primeira ação

Foi separar cereais

Coisa difícil demais

Aveia e lentilha em grão

De cevada e do feijão.

Tava tudo misturado

Tinha que ser separado

Antes do anoitecer

Ela tinha que fazer,

Mas estava desolada.

De repente uma formiga

Comoveu-se c'a tristeza

Para psique deu certeza

Chamando sua turma amiga

Pediu que todas lhe siga.

Todo aquele formigueiro

Separou tudo ligeiro

Cada grão foi para um lado

Ficou limpo e separado

Foi resolvido o primeiro.

Ordenou-lhe à desalmada

Logo um novo desafio

Bem perto da beira do rio

Ovelhas de lã douradas

Pastava despreocupas.

Tinha que catar ligeiro

Um pouco de cada carneiro

E trazer prela essa lã

Fosse logo de manhã

Fazendo o serviço inteiro.

E quando o rio foi cruzar

A voz dum junco ela ouviu

Como amigo advertiu

Para não atravessar

Só após o bando deitar.

Assim cê pode fazer

Sem perigo de morrer

Doutro jeito vão atacar

Com certeza te matar

Falo pra te proteger.

Psique seguiu num afã

Esperou o sol esquentar

Todo o bando cochilar

De cada um catou lã

Levou pra mãe do seu fã.

Psique entusiasmada

Pois levou a lã dourada

Mais essa etapa cumprindo

Entregou tudo sorrindo

Pela missão terminada.

Afrodite cheia de mágoa

Deu uma tarefa tamanha

Ir ao cume da montanha

Com sua vingança enxágua

Pra trazer uma preta água.

Água escura de alcatrão

Era guardada por dragão

Que qualquer um matava

Pois esse poço vigiava

Como terrível guardião.

Na difícil empreitada

Foi uma águia quem ajudou

E lá pro poço voou

Com a jarra preparada

Nessa jornada arriscada.

Conseguiu a jarra encher

Sem o dragão perceber

A água preta trazendo

Mais uma etapa fazendo

Essa esforçada psique.

Levou o líquido esquisito

Para a diabólica Afrodite

Antes que o feito irrite

E lhe cause grande agito

E vá provocar seu grito.

Pois Psique vinha cumprindo

Todos os pedidos sorrindo

Na deusa a ira causando

Terrível tava tramando

Algo pior tava vindo.

Por ter alcançado sucesso

Era bem mais odiada

Pela deusa amargurada

Não querendo retrocesso

Tinha tanto adio imerso.

Não aceitava a condição

Queria uma definição

Num impossível trabalho

Esse teria que ser falho

Sem nenhuma contemplação.

A última seria fatal

Bem no mundo inferior

Uma tarefa de horror

Cotada pra ser final

Para psique terminal.

O hades não e coisa boa

Para nenhuma pessoa

Perséfone era imagem

Precisava coragem

Para não morrer à-toa.

Descer ao mundo inferior

Como Hades conhecido

Por lá fazer um pedido

A Perséfone um favor

Pra trazer esse louvou.

Um pouco da sua beleza

Numa caixa com certeza

E levar para Afrodite

Para que seu ego grite

E aumente sua fortaleza.

Afrodite estava irada

Mandou a jovem pruma fria

Pois sua derrota queria

Preparou uma cilada

Era a sua ultima cartada.

E Psique no desespero

Subiu na torre ligeiro

De novo quis se matar

Querendo lá se atirar

Foi sua idéia, primeiro.

Mas a torre murmurou

Uma certa instrução

De com ela entrar então

Numa caverna, ensinou!

Uma particular, falou.

Prela aos ínferos descer

Pra tudo poder fazer

Todo perigo driblar

Do cão Cérbero escapar

E para evitar morrer.

Uma moeda recebeu

Para Caronte pagar

Para ele atravessar

O Estige que antecedeu

E foi assim que sucedeu.

Um conselho foi lhe dá

Para na caixa não olhar

Quando a beleza receber

Isso não fosse fazer

Pois pra mortal era má.

O conselho ela seguiu

E a Perséfone chegou

Que imponente entregou

A caixa quela queria

Com a beleza e magia.

Como era muito curiosa

Abriu a caixa teimosa

Saiu um sono terrível

Que se tornou impossível

Não dormir como uma rosa.

Já curado da ferida

Eros voou para lá

Pra psique poder salvar

Pro bem da sua querida

E preservar à sua vida.

Consegui incontinente

Pôr o sono novamente

Dentro da caixa preso

O seu amor saiu ileso

E o deus ficou contente.

Porém lembrou novamente

Sobre a sua curiosidade,

Pois era ruim de verdade

Pode até deixar doente

Passasse a agir diferente.

Já podia se apresentar

Para Afrodite, e entregar!

A caixa bem recebida

Com sua tarefa cumprida

Pro castigo se livrar.

Eros, o Zeus foi encontrar!

Para implorar pela paz,

Pois só ele seria capaz

De Afrodite apaziguar

E sua união ratificar.

Com psique seu casamento

Pra acabar o seu tormento

Vivendo à felicidade

Por toda a eternidade

Em todo e qualquer momento.

O grande deus ordenou

Que Hermes, psique levasse!

Pra a assembléia esse impasse

E todo deus concordou

E o seu sofrimento acabou.

Para ela foi oferecida

E logo em seguida bebida

Da Ambrósia uma taça

Com cerimônia e graça

Essa união foi consumida.

Tempo após o casamento

Eros e a linda psique

Tiveram o filho “prazer”

No seu devido momento

Coroando o belo evento.

Voluptas esse belo filho

Colocou os dois no trilho

Sendo feliz novamente

Vivendo eternamente

Deu pro casal novo brilho.

Domfiuza
Enviado por Domfiuza em 13/03/2006
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