Entardecimento
Lá se vai o sol
Repentinamente
E minhas mãos dormentes
Não termina mais um verso
Que rabiscava saudades
A tarde passeia
Calmamente
E meus pensamentos doentes
Não conclui um raciocínio
Que conceituava a existência
Tudo agora é poente
Devagarosamente
E meus olhos tão contentes
Não querem mais ver os trilhos
Que levam até a noite
Lá se vai o sol
Finalmente
E meu corpo insolente
Não quer mais fantasias absurdas
Que mastigam a alma
Vou apenas adormecer
Solenemente
E depois amanhecer
Como nuvens e pássaros
A bravejar pelo céu afora